sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

À TVCOM, Tarso diz que no mensalão o PT repetiu retóricas políticas tradicionais

À TVCOM, Tarso diz que no mensalão o PT repetiu retóricas políticas tradicionais Ricardo Duarte/Agencia RBS
Na entrevista ao Conversas Cruzadas, Tarso (foto tirada em 6/12, em Frederico Westphalen) 
criticou o ministro Joaquim Barbosa Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

 Governador do Rio Grande do Sul afirma que o partido precisa tirar "serveras lições" da Ação Penal 470

 
Em entrevista ao programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, o governador Tarso Genro afirmou, na noite de quinta-feira, que o julgamento do mensalão deve servir para motivar uma reflexão e uma reestruturação do seu partido, o PT. Tarso também admitiu que a pressão da mídia aos políticos faz parte do processo democrático e criticou a atuação do relator da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa

Confira trechos da entrevista:

A cobertura da mídia
"A mídia faz uma pressão política e um debate político sobre todos os fatos: a Ação Penal 470 e outros fatos também. Isso faz parte do jogo democrático, assim como o próprio PT responder a essa utilização política da ação penal. É natural num processo democrático." 

As lições que ficam para o PT
"Em relação aos fatos que geraram a Ação Penal 470, o PT tem de fazer uma profunda reflexão e tem de aproveitar essas lições. Independentemente de as pessoas terem sido condenadas ou não, os fatos que ocorreram naquele período repetiram retóricas políticas tradicionais do país, que o PT não deveria ter repetido: um processo de composição de maioria no Congresso Nacional que, no mínimo, não correspondia a uma aliança programática. Isso, para nós, basta para fazer uma reflexão. Se daí derivaram delitos — por exemplo, o Delúbio [Soares] é confesso. Ele disse: 'olha, eu fiz caixa dois', e do caixa dois decorrem outros delitos —, aí já é uma questão que tem de ser tratada no âmbito do Poder Judiciário e do debate jurídico. Agora, do ponto de vista político, nós temos de tirar severas lições. Eu sou autor de uma tese dentro do partido que diz que nós temos de fazer uma reflexão e reestruturar, renovar o nosso projeto partidário." 

A atuação de Joaquim Barbosa
"Eu acho que o ministro Joaquim Barbosa passou da sua condição de ministro, julgando juridicamente um caso. Ele se transformou numa espécie de estrela política do debate, tanto que já foi colocado agora como candidato a presidente nas pesquisas que estão sendo feitas. Aí tu me perguntas se isso é antidemocrático ou perverso. Não. [Mas] é errado, do ponto de vista das funções que tem o Supremo." 

Os efeitos do julgamento do mensalão
"A Ação Penal 470 tem um grande bem, que é o seguinte: é possível levar a juízo pessoas de alto escalão de qualquer governo. Tomara que continuem agora em relação ao PSDB. Mas também tem um efeito negativo: esse processo cria a ilusão de que nós podemos resolver drasticamente a corrupção no país sem fazer uma reforma política, como se as soluções fossem só pelo Poder Judiciário, que se transformou, nesse julgamento, num órgão político. Então, nós temos de tirar lições desse evento para os dois lados: para a democracia brasileira e para o nosso próprio partido." 
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Fonte:  http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2012/12/

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