terça-feira, 28 de agosto de 2012

Em conferência do Fronteiras do Pensamento, Michael Shermer fala sobre origem das crenças populares

Em conferência do Fronteiras do Pensamento, Michael Shermer fala sobre origem das crenças populares Jean Schwarz/Agencia RBS

Shermer buscou traduzir para o público os conhecimentos científicos aos quais tem se dedicado Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS

Cientista americano falou durante uma hora para a plateia que compareceu ao Salão de Atos da UFRGS

– Somos primatas em busca de padrões – dispara Michael Shermer, antes de explicar como, na evolução das espécies, teria se revelado mais vantajoso aos animais acreditarem do que duvidarem.
Um animal que, ao ouvir um barulho durante a noite, acreditasse se tratar de um predador e se protegesse correria um risco menor de morrer do que aquele que imaginasse se tratar do uivo do vento, explicou Shermer.
Conferencista da noite desta segunda-feira no ciclo Fronteiras do Pensamento, o cientista, escritor e professor, formado em Psicologia e em História da Ciência, tratou de desconstruir crenças que, segundo ele, formamos em contextos criados pela família, por amigos, colegas, pela cultura e pela sociedade. Com dois livros lançados no Brasil – Por que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas e Cérebro e Crença –, fundador da revista Skeptic e colunista da Scientific American –, Shermer revelou aos porto-alegrenses outra faceta: a de conferencista hábil em traduzir para o universo pop os conhecimentos científicos aos quais tem dedicado sua vida.
– Sabem como sabemos que não foi o governo Bush que orquestrou os atentados de 11 de setembro de 2001? – indaga. – Porque deram certo! – arremata, arrancando risos com uma das muitas piadas da noite.
Do início ao fim, Shermer fez uso de referências famosas na internet, em correntes de e-mail e nas redes sociais: ilusões de ótica, imagens de santos, OVNIS, mensagens subliminares satânicas escondidas em clássicos do rock entre outras. Tudo está sujeito a ser refutado pela ciência. Basta que se duvide, garante o cético.
Às imagens e aos sons – e piadas –, Shermer contrapõe seu ceticismo embasado em explicações científicas, sobretudo ligadas à psicologia e à neurociência. Suas evidências são várias: há estruturas cerebrais que, se estimuladas, produzem a sensação de "sair do corpo"; quanto mais autoconfiantes, menos supersticiosos. Mais do que dizer "duvide de tudo" – o que certamente geraria rejeição –, o cientista diz "questione". 

Ciência é a melhor aliada
O homem quer acreditar, explica o conferencista, mas é justamente ao resistir à tentação da crença que ele encontrará o conhecimento – e nessa busca, a ciência é sua melhor aliada.
– Palavras como "paranormal" e "supernatural" são substitutas para "eu não sei" – disse Shermer.
Frequentemente, quando sua palestra chega ao fim, vem da plateia a pergunta: "se devemos duvidar de tudo, por que deveríamos acreditar em você?". A resposta de Shermer é quase sempre a mesma:
– Você não deve – arremata, normalmente emendando a provocação: – Prove que estou errado.

O Fronteiras do Pensamento Porto Alegre é apresentado pela Braskem e tem o patrocínio de Unimed Porto Alegre, Natura, Gerdau e Grupo RBS. O projeto conta com parceria da UFRGS, apoio da Petrobras no módulo educacional e parceria cultural de Unisinos, prefeitura de Porto Alegre e governo do Estado do Rio Grande do Sul.
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Fonte:  http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/segundo-caderno/noticia/2012/08/em-conferencia-do-fronteiras-do-pensamento-michael-shermer-fala-sobre-origem-das-crencas-populares-3867266.html

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