domingo, 21 de agosto de 2011

INOVAÇÃO E FILOSOFAR EM REDE

Agemir Bavaresco*

Magnífico Reitor Professor Joaquim Clotet, aqui representado pelo Ilustríssimo Senhor Professor Draiton Gonzaga de Souza, Diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Ilustríssimos professores e funcionária homenageados. Estimados colegas formandos, senhoras e senhores.
A internet e as redes sociais mudaram muito a vida das universidades, empresas e pessoas. Em especial, nas áreas de pesquisa e inovação. No passado, os pesquisadores trabalhavam praticamente isolados ou em grandes equipes, mas confinados nos laboratórios de universidades ou corporações. Seus contatos com outros estudiosos e centros de pesquisa eram, na melhor das hipóteses, esporádicos, em eventos internacionais.
A grande mudança que revoluciona a pesquisa científica e tecnológica em todo o mundo, neste início de século 21, é a passagem da inovação individual para a possibilidade de inovação colaborativa centrada em redes. Hoje é possível o relacionamento e o contato permanentes entre cientistas de todo o planeta. O velho modelo dos laboratórios de pesquisas das corporações é superado pela inovação centrada em redes.
O cenário deste início de século 21 é marcado pela colaboração cada vez maior e mais intensa entre cientistas que trabalham em áreas afins ou inter-relacionadas. Vivemos a passagem da inovação individual, resultante do trabalho isolado de pesquisadores e cientistas, para a inovação colaborativa centrada em redes, cada vez mais global, interdisciplinar, colaborativa e aberta. O grande desafio é que os pensadores passem do "antigo" paradigma de inovação isolada para o novo paradigma da inovação colaborativa.
Mas, como filosofar em um mundo conectado por redes? As redes estariam criando um novo “espaço público filosófico conectado”? A inovação colaborativa estaria convidando a filosofia a ingressar num paradigma interdisciplinar? Como pesquisar e produzir filosoficamente em rede? Ou ainda, como articular o filosofar pessoal com o filosofar em redes colaborativas?
Estas são algumas questões que desafiam a Filosofia a se inserir dentro de um novo modelo de produção intelectual. Habituados, muitas vezes, ao ato solitário de pensar e de escrever individualmente, os filósofos são convidados a experimentar o ato de pensar e escrever colaborativamente. Entendemos que os dois modelos não se excluem, porém, necessitam de uma conectividade que faça a Filosofia construir um espaço público reflexivo. Um caminho para isso encontra-se na história da Filosofia com o mestre Sócrates que nos ensinou o diálogo como a forma de filosofar em grupo, uma primeira amostra de como filosofar em rede.
Por isso, convido os novos formandos em Filosofia, Carlos Eduardo Magalhães, João Carlos Martins e Fábio Goulart a ingressarem nesta aventura da inovação filosófica colaborativa, centrada em redes, cada vez mais global, interdisciplinar, colaborativa e aberta. Convido-os a construir esse modelo de Filosofia que saiba conectar o ato de pensar pessoal com o ato de pensar cooperativamente. Cumprimentos caros formandos por esta oportunidade de ingressar nessa Filosofia que articula um método de filosofar em rede ampliando a liberdade, a igualdade e a solidariedade humana. Obrigado. Parabéns!
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* Professor PPGFILOSOFIA/PUCRS. Paraninfo Turma Filosofia/2011-01. Porto Alegre, 20.01.2011. Imagem da Internet

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