terça-feira, 31 de maio de 2011

Cientistas tentam imitar design inteligente do cérebro

Construir um cérebro artificial, copiado do verdadeiro, para entender como essa extraordinária máquina funciona e deixa de funcionar. Esse é o desafio do Projeto Cérebro Humano, centrado na Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, mas incluindo pesquisadores de várias partes da Europa. O projeto está agora disputando um financiamento da União Europeia de um bilhão de euros. “Sessenta mil artigos científicos sobre o cérebro são publicados anualmente”, afirma Henry Markram. Em vez de deixar esses artigos dormindo nas bibliotecas, o Projeto Cérebro Humano pretende integrá-los para construir uma máquina única no mundo. Markram e seus colegas já estão trabalhando desde 2005 em um projeto de cérebro artificial, chamado Cérebro Azul (Blue Brain), o mais próximo tecnicamente possível do cérebro biológico. Nesse caso, o trabalho foi realizado com técnicas de engenharia reversa: em vez de desenhar um objeto antes de ser construído, pega-se um objeto existente para depois preparar um plano.
O primeiro passo foi dado com as proteínas, essas moléculas grandes que formam as células, e em seguida com os neurônios, através dos quais passam as informações, e as células gliais que os alimentam e modulam as transmissões, feixes de íons que passam de uma célula a outra através de longos filamentos. Tudo isso é reconstruído virtualmente a partir de dados coletados da matéria viva.
Dispostas em forma de estrela em torno de um microscópio infravermelho, uma dúzia de caixinhas prolongadas por uma pipeta de plástico parecem se alimentar da mesma fonte de luz verde. Cada unidade contém doze neurônios de rato, cuja atividade a máquina decifra precisamente - a atividade é então modelada no computador. Essa é a essência do projeto. Desde 2005, essas experiências têm-se revelado uma verdadeira mina de informações sobre o funcionamento básico das células cerebrais.
Através delas, o Cérebro Azul já foi capaz de simular uma coluna neocortical de ratos, unidade de base do cérebro, composta de 10 mil neurônios, cada um capaz de criar entre si até 30 milhões de conexões. Mas o cérebro humano, o objetivo final do Projeto Cérebro Humano, conta com pelo menos 100 milhões de neurônios. E, hoje, é necessária a potência total de um computador portátil para simular o comportamento de um único neurônio. Isso quer dizer que precisamos melhorar a potência dos computadores. Estima-se que um cérebro humano virtual exigiria uma máquina mil vezes mais potente do que o maior supercomputador existente.
O Projeto Cérebro Humano vai, portanto, trabalhar lado a lado com os fabricantes de hardware para tentar encontrar soluções em termos de potência de cálculo, consumo de energia e dissipação de calor. E pensar que o nosso cérebro é capaz de fazer mais e melhor do que todas essas máquinas, (quase) sem esquentar a cabeça! [...]
Os pesquisadores do Projeto Cérebro Humano pretendem transformar a máquina deles em uma ferramenta de última geração para a compreensão do cérebro, simulando situações reais, administrando nela medicamentos ou novas moléculas virtuais, mas também alimentando-a com todos os conhecimentos atuais e futuros. Para Markram, trata-se de uma questão “de interesse da humanidade”. [...]
O Projeto Cérebro Humano também será útil para a robótica (os robôs "alimentarão" o cérebro artificial com sensações), para as próteses de interfaces do sistema nervoso e, claro, para a informática, que tem muito a aprender com a extraordinária capacidade do cérebro humano. [...]

(Inovação Tecnológica)

Nota: “Engenharia reversa” é outro nome para cópia de design inteligente. Agora observe seu computador... Seria ele fruto de ajuntamentos fortuitos de componentes eletrônicos? (Vamos dar uma chance ao acaso e imaginar que esses componentes já estavam lá, uma vez que na experiência do Cérebro Azul foram usados neurônios de rato; se tivéssemos que conceber a origem casual dos neurônios – ou dos circuitos de um computador – nosso exercício de imaginação iria beirar o sobrenatural, e não queremos deixar a porta aberta para Deus, não é mesmo, amigos naturalistas?) Bem, basta você voltar aos trechos que grifei em bold para perceber que o que os cientistas estão fazendo é empregar muito dinheiro e planejamento/inteligência para “apenas” copiar algo (o cérebro) que teria, ele sim, evoluído a partir do nada! Durma-se com uma incoerência dessas.[MB]
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