sábado, 23 de abril de 2011

A tecnologia é semelhante aos espinhos de ouriços do mar

Catástrofes
Até mesmo os sistemas mais perfeitos estão sujeitos a graves falhas

A tecnologia não infla como um balão, ampliando o poder humano sobre a natureza em todas as direções e escalas. Ela cresce como um ouriço do mar. Longos espinhos com capacidade de irradiar-se para necessidades e desejos específicos. Alguns desses espinhos, agora, alcançam distâncias vertiginosas, permitindo a realização de tarefas antes impossíveis. Mas os espinhos ainda são frágeis, e continuam sozinhos. Quando um quebra – como aconteceu com a sonda na Deepwater Horizon, no Golfo do México, ou com a usina nuclear de Fukushima, no Japão – não existe nenhuma tecnologia benéfica, em pé de igualdade com a que falhou. Ao contrário, elas atrapalham, junto ao improviso vem grandes danos. O que era um processo contínuo e milagroso, torna-se uma bagunça nociva, confusa e inacessível, sobre a qual, durante longos meses, nada pode ser feito.
Ainda não existem maneiras de preencher os espaços entres os espinhos, para que eles sejam à prova das grandes catástrofes, ou facilmente solucionáveis com qualquer falha. Mas existem regras que podem tornar o processo mais fácil, quando lidamos com estas frágeis tecnologias.
A primeira é que as empresas envolvidas devem aceitar que até mesmo o que parece seguro e certo no dia a dia das operações, pode estar suscetível aos mais variados tipos de desastres. Por anos antes do acidente da Deepwater Horizon, a indústria de petróleo plantou suas bases nas prevenções de rupturas nas paredes de seus poços. A indústria nuclear frequentemente diz que colapsos parciais, como o que ocorre em Fukushima, são menos prováveis do que os registros mostram ser.
A segunda regra é desenvolver ao menos algumas tecnologias amplamente aplicáveis para reparação e recuperação, antes que elas sejam necessárias. A empresa de petróleo do Golfo do México está montando um sistema de US$ 1 bilhão para tapar os vazamentos dos poços, algo que poderia ter sido feito há dois anos, ou até mesmo cinco. Fukushima e outras usinas nucleares não parecem ter acesso robótico necessário aos locais onde trabalhadores não podem, ou não deveriam, entrar. Tais auxílios não irão funcionar sempre, mas muitas vezes resolvem os problemas.
Nos outros momentos, em que a improvisação é necessária, entra em jogo a terceira regra. A inestimável consciência situacional. Steven Chu, secretário de Energia dos Estados Unidos, se surpreenderia ao descobrir que a única fonte de informação de prevenção da Deepwater Horizon era um indicador. O sistema de sensores para obtenção de informações dos navios de contenção devem ser implantados amplamente.
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*Fontes: Economist - Don’t assume disasters won’t happen at the frontiers of technology—presume they will
Fonte no Brasil: http://opiniaoenoticia.com.br 23/04/2011 
Imagem da Internet

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