quarta-feira, 1 de abril de 2009

Em meu oficio ou arte taciturna

Dylan Thomas*

Em meu ofício ou arte taciturna
Exercido na noite silenciosa
Quando somente a luz se enfurece
E os amantes jazem no leito
Com todas as suas mágoas nos braços,
Trabalho junto à luz que canta
Não por glória ou pão
Nem por pompa ou tráfico de encantos
Nos palcos de marfim
Mas pelo salário mínimo
De seu mais secreto coração.


Escrevo estas páginas de espuma
Não para o homem orgulhoso
Que se afasta da luz enfurecida
Nem para os mortos de alta estirpe
Com seus salmos e rouxinóis,
Mas para os amantes, seus braços
Que enlaçam as dores dos séculos,
Que não me pagam nem me elogiam
E ignoram meu ofício ou minha arte.

O AUTOR: Dylan Marlais Thomas nasceu no País de Gales, a 27 de outubro de 1914. Um dos maiores poetas em língua inglesa do século 20, teve vida curta, por conta da intensa boemia. Morreu aos 39 anos. Tradução: IVAN JUNQUEIRA
http://www.correiobraziliense.com.br/impresso/ 01/04/2009

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