sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Envelhecimento, um evento complexo

Miguel Arantes Normanha Filho*

Toda a sociedade, sem exceção, será afetada pelo envelhecimento populacional, fenômeno de caráter multidisciplinar que deverá ser analisado e estudado por diferentes áreas do conhecimento. A situação de hoje, e a que se projeta para o futuro, é a de um fenômeno relacionado, entre outros fatores, com a queda do número de nascimentos e o aumento da expectativa de vida. Um novo paradigma de gestão social deve ser construído para a sociedade que irá surgir com o envelhecimento da população, a longevidade e a diminuição do número de jovens.


Teóricos defendem que o envelhecimento demográfico ­ aumento do percentual de idosos em uma determinada população ­ traz várias consequências sociais; entre elas, a coexistência de três ou quatro gerações, famílias convivendo com um ou mais idosos; e a chamada feminização da velhice, com mais mulheres idosas do que homens, e mais longevas. Além disso, referem-se a um maior número de pessoas vivendo em instituições hospitalares e asilares, com mais demanda por serviços médicos, mais gastos com medicamentos e maior ocupação de leitos hospitalares.

O Brasil, em ritmo crescente, tem se destacado pela longevidade de sua população ­ deixando gradativamente de ser um país de jovens ­ e pela exclusão do mercado de trabalho dessa população ainda ativa, o que constituirá um grave problema de contornos incalculáveis. No Brasil, a expectativa de vida é de 68,6 anos, segundo o Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), contra mais de 74 anos previstos para 2025.

Temos, portanto, um país que está deixando de ser de jovens para ser de idosos. Aquelas pessoas nascidas no pós-guerra estarão, em 2025, na faixa etária entre 65 e 80 anos. E os números brasileiros sobre envelhecimento são alarmantes. Segundo os dados do relatório Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, de 2001, em 25 anos a população de idosos poderá ser superior a 30 milhões de pessoas no país. Por isso, impactos em ordem crescente são esperados nas áreas social, econômica, cultural, política e de saúde; sendo importante considerar, também, a diminuição geral do tempo de serviço do trabalhador, já a partir dos seus 50 anos.

Diante disso, o contexto que se apresenta é de abertura de um novo campo em gestão de serviços na área da administração. A futura sociedade de idosos é fato novo, mas que, em contrapartida, revela um desafio sem precedentes, que impacta nas diversas áreas de conhecimento e em uma nova visão de mundo e de sociedade.
*Miguel Arantes Normanha Filho é coordenador do curso de administração das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil)
http://ee.jornaldobrasil.com.br/reader/clipatextoorig.asp?pg=jornaldobrasil_117689/107361 27/02/2009

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