sábado, 24 de janeiro de 2009

O CORVO

Edgar Allan Poe


Publicado pela primeira vez em 1845, The Raven é o mais popular – e o mais prestigiado – poema de Edgar Allan Poe. Compare a seguir a primeira estrofe nas versões em português de Machado de Assis, Fernando Pessoa e aquela que costuma ser apontada como a melhor, do mineiro Oscar Mendes.

Por Edgar Allan Poe


Once upon a midnight dreary,
while I pondered, weak and weary,]
Over many a quaint and curious
volume of forgotten lore,]
While I nodded, nearly napping,
suddenly there came a tapping,]
As of some one gently rapping,
rapping at my chamber door.]
“ ‘Tis some visitor”, I muttered,
“tapping at my chamber door –]
– Only this and nothing more.”


Por Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exaustode fadiga,]
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agoramorta,]
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar
devagarinho,]
E disse estas palavras tais:
“É alguém que me bate à porta
de mansinho;]
Há de ser isso e nada mais.”


Por Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências
ancestrais,]
E já quase adormecia, ouvi o que
parecia]
O som de alguém que batia
levemente a meus umbrais.]
“Uma visita”, eu me disse, “está
batendo a meus umbrais.]
É só isto, e nada mais.”

Por Oscar Mendes

Foi uma vez: eu refletia, à
meia-noite erma e sombria,]
a ler doutrinas de outro tempo em
curiosíssimos manuais,]
e, exausto, quase adormecido, ouvi
de súbito um ruído,]
tal qual se houvesse alguém batido
à minha porta, devagar.]
“É alguém” – fiquei a murmurar – “que bate à porta, devagar;
sim, é só isso e nada mais.”
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