segunda-feira, 30 de junho de 2008

DEU NA IMPRENSA

* "Cerca de 10 mil jovens estão aprendendo a língua portuguesa nos EUA e houve aumento de 20% no número de professores de história do Brasil". (VALOR - Eu & Fim de Semana, 22,28 e 29 de junho de 2008, p.10)
* "A economia se reduz às finanças, o enfoque é o das finanças, sempre. Essa forma de ver o mundo econômico e o mundo material se torna dominante e consensual, no sentido de que ela se instala nas consciências sem que se tenha feito uma opção por ela.(...) O trágico é que apenas uma maneira de ver a economia vai se instalando, vira senso comum". (Revista Caros Amigos, junho/2008, p.13)
* Há o prazer de se praticar o mal e não simplesmente fazer o mal sem nenhum prazer. Por outro lado, o mal pode ser sublimado por meio da arte e da criatividade". (Elisabeth Roudinesco, historiadora e psicanalista francesa, in Entrevista no Estadão, Cad. Cultura, capa, 29/06/2008)

UMA ESTRATÉGIA ÉTICA VIÁVEL

Essa estratégia ética viável e eficiente pode ser resumida nos seguintes pontos:
* Ela deve partir logo do que é mais urgente, de um despertar imediato das consciências e de um projeto de ação organizada, abraçando todos os cidadãos e mtodos os planos da vida pessoal, familiar, social e política.
* Para obter um consenso real e eficiente em torno desse projeto ético, é necessário conciliar valores éticos, de caráter universal, e os interesses particulares, que constituem a motivação mais ampla e atuante da população.
* Semelhante despertar e tal projeto de ação supõem um plano e uma prática de educação, que prolongaria a educação ativa e solidária de Paulo Freire.
* O plano de educação compreenderia as instâncias e os patamares da educação institucional e uma educação permanente, por todos os meios da mídia e orientação da sociedade.
* Toda essa estratégia ecológica estará dependendo de uma vontade política animando os governos, galvanizando a opinião pública e as diferentes formas de organização partidária, profissional, sindical e cultural de cada país e do mundo inteiro. Ao mesmo tempo, ela terá de suscitar e orientar a política, sobretudo a política econômica, educacional e sanitária. (JOSPHAT, CArlos, OP. Revolução univeral do amor, a ética mundial de defesa e promoção da vida, in Revista Convergência- pp. 358-359, CRB, junho/2008)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

APRENDIZ DE HOMERO - Nélida Piñon

“... Educar é também desconsiderar os obstáculos da miséria e do obscurantismo, e fazer a criança sonhar, o adolescente derrubar os entraves culturais, para que pleiteiem um mundo à altura da sua imaginação.


Educar é fazer o aluno fruir dos bens do planeta em todas as suas manifestações. Para que sua fantasia, seu verbo, sua linguagem, sejam libertárias, destemidas, sem freios. É fazer do ato de pensar um feito tão natural quanto respirar. Um dom ao alcance de todos, independente de sua condição.


Educar é defender o exercício e a prática que transformam o sujeito passivo em sujeito da própria história. É dar fé a quem esteja na sala de aula de ser ele uma entidade inviolável, uma aposta do futuro.


Educar é prender o aluno à escola, empenhar todos os recursos para evitar a evasão escolar, a fuga da vida. É despertar nele o desejo de vir a ser um projeto existencial magnífico, sem brechas, fissuras. De vir a se no futuro um congressista, um artista, um escritor, um operário, um mestre. Alguém que, ao explorar sua irrenunciável vocação para a vida, nela inclua como meta o saber, o desvendamento da inteligência, o coração ardente, a mirada camaleônica e reveladora.


Educar é também convencer alunos e cidadãos que o professor é a única entidade social capaz de modificar a sociedade e torná-la melhor. É um ser aparelhado para opor-se à barbárie. Pois quem, senão o Mestre, tem a habilidade de chegar mais perto e rapidamente ao coração jovem que recém deixou as paredes da casa?


Educar é ajudar a traduzir historicamente o que separa os indivíduos, enquanto lhes explica o que pode uni-los sob a tutela da lei e da solidariedade cidadã. É auxiliar a distinguir o que pertence à órbita do individual e o que emerge do coletivo.


Educar é combater a realidade reducionista do aluno, é introjetar em sua caixa de memória o desejo irrenunciável de apropriar-se do conhecimento. É fomentar-lhe o gosto pela leitura que, por si mesmo, combate a resignação, a passividade, e concede-lhe, em troca, infindáveis oportunidades, dando-lhe o acesso, ao infinito mundo.


Educar é fazer crer ao aluno, e por conseqüência à sociedade, que a imaginação está ao alcance de todos. Com ela, esgrime-se o cotidiano, compatibiliza-se o sonho e realidade, apropria-se do que até então, não havíamos aprendido.


Educar é combater o trivial, o frívolo, o que permanece na área dos equívocos acumulados. É ajudar a formar um indivíduo para que ele possa decidir, com rara propriedade, de que modo conduzir sua vida. É permitir que a matéria humana, dada a sua transcendência moral, converta-se finalmente em um ser, uma pessoa, um bem intangível.” (Nélida Piñon – Aprendiz de Homero – Ed. Record, RJ, 2008, pp.236 a 238)

domingo, 1 de junho de 2008

CÉLULAS-TRONCO - Alan Smith

Entrevista - Alan Smith
Cientista inglês aplaude a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil
Renata Mariz Da equipe do Correio

De Gramado (RS), onde participou na última semana de um congresso sobre genética, o cientista inglês Alan Smith comemorou a liberação das pesquisas com células-tronco de embriões no Brasil. E adiantou que o país tem um “potencial muito grande no campo da ciência”. Smith publicou, 38 anos atrás, o primeiro artigo sobre o momento exato em que começava a tarefa dos genes que compõem o DNA humano. “Sinto um arrepio até hoje, uma emoção por essa descoberta”, diz Smith, atualmente chefe de pesquisa de uma multinacional no ramo da biotecnologia. PhD em Biologia Molecular pela Universidade de Cambridge, Smith não tem dúvidas de que o futuro, no que diz respeito ao tratamento de doenças, será a terapia celular. “A questão é quando. Isso nós não podemos precisar. Mas acho que temos estudos bem adiantados”, diz, citando pesquisas feitas nos Estados Unidos. Para ele, a terapia derivada de células-tronco, tanto embrionárias quanto adultas, fugirá do convencional padrão de medicamentos de hoje. “O ideal será descobrirmos uma forma de mobilizar as células-tronco dentro do próprio corpo do paciente”, destaca.
CB -Os estudos com células-tronco apresentam perspectivas reais de resultados? Qual tipo, células adultas ou embrionárias, é melhor?
SMITH - Não tenho dúvida que as células-tronco serão a chave para o futuro terapêutico. A questão é quando. Isso nós não podemos precisar. Mas temos estudos bem adiantados. Companhias dos Estados Unidos conduzem atualmente pesquisas em fases avançadas para doenças de rins, transplantes de órgãos sólidos e diabetes. No estágio atual, porém, não podemos dizer que tipo de célula é melhor, embrionária ou adulta. Na verdade, a utilização de células embrionárias é menos um problema científico e mais político, cultural.
CB -Então o Brasil deu um passo correto, ao liberar as pesquisas com embriões humanos?
SMITH - Isso é maravilhoso. Essa decisão abrirá um campo importante de pesquisas. O Brasil é um país muito forte, com um potencial muito grande no campo da ciência. Nos Estados Unidos, ainda existe um debate muito intenso, por conta de relações do tema com o aborto.
CB - Dá para termos uma idéia sobre o formato desse tipo de terapia com células-tronco, quando for uma realidade e já estiver acessível a quem precisa?
SMITH - Ninguém sabe ao certo. Mas eu acho difícil que consigamos manipular as células em um laboratório para, a partir delas, criarmos medicamentos que resolverão problemas de saúde, como ocorre hoje. O ideal, na minha opinião, será descobrirmos que tipo de medicação podemos usar para mobilizar as células-tronco dentro do corpo do próprio paciente. Precisamos investir para que, a cada sinalização das células sobre o aparecimento de uma doença, possamos ativar as células-tronco para que entrem em ação.
( Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/ 01/06/2008)

INTERNET EMBURRECE

O professor MARK BAUERLEIN, diretor de pesquisa e análise da Fundação Nacional para as Artes nos Estados Unidos, que tem sido criticado na imprensa e por internautas, diz que prevalecem na web linguagem pobre e "recreações adolescentes". O ataque começa já no título do livro. É a "geração mais estúpida", anuncia "THE DUMBEST GENERATION: How the Digital Age of Stupefies Young American and Jeopardizes Our Future - Or, don't Trust Anyone Under 30" ("A Geração Mais Estúpida: Como a Era Digital Embasbaca Jovens Americanos e Põe em Risco Nosso Futuro - Ou, Não Acredite em Ninguém com Menos de 30"- lançado nos Estados Unidos, há duas semanas.
Os principais argumentos do livro:
- Aproximação - embora tenham acesso a muita informação, os jovens não têm conhecimento históricos nem interesse por questões internacionais. Na Internet, dedicam-se somente a sites que os aproximam de outros jovens, como o Facebook.
- Leitura de livros - Pesquisas indicam que crianças e adolescentes cada vez menos lêem livros - e cada vez menos acreditam que isso seja algo necessário para a sua formação.
- Dificuldade na escrita - Com a leitura superficial resultante da abundância de informações a que têm acesso na internet, os jovens de hoje têm dificuldade de escrever e de embasar argumentos.
- Passando adiante - Eles não conseguem armazenar informações. Crianças e adolescentes acessam a rede mundial somente para encontrar materiais e passá-lo adiante, "como em um sistema de delivery". (Reportagem do Jornal O Sul, 01/06/2008, pg.7)